Glutationa – A proteína que está a dar que falar
A glutationa é um antioxidante formado por Cisteína, Glicina e Ácido glutâmico que tem vindo a ser amplamente estudado na prevenção da oxidação e degeneração cerebral, sobretudo e doenças como esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica, doença de Alzheimer, doença de Parkinson.
Atém disso, tem também uma função desintoxicante, protegendo o corpo contra compostos reativos de oxigênio e radicais livres nocivos derivados da exposição à radiação, agentes cancerígenos e toxinas. No fígado, a glutationa ajuda a proteger o organismo de xenobióticos como: fumo do cigarro, pesticidas, medicamentos. A glutationa também é responsável pela reciclagem de outros antioxidantes, como as vitaminas C e E, em suas formas ativas.
Através da alimentação, poderá consumir naturalmente a glutationa em diversas frutas, vegetais e carnes – o problema está sobretudo na baixa absorção de glutationa de fontes alimentares no sistema digestivo. No entanto, as melhores fontes vegetais naturais de glutationa são alimentos como: Espinafres, brócolos, alho, nozes, couve de bruxelas, espargo.
A glutationa poderá ser encontrada em diferentes formas de utilização: intravenosa, spray nasal, transdérmica e oral – como comprimidos, cápsulas, pós e sprays. A forma mais vendida no mercado é a L-Glutationa.
Nutrientes como Ácido alfa-lipóico, N-acetilcisteína, Selénio e o também aparentam ser úteis, pois parecem contribuir no apoio à produção de glutationa celular, o que poderá ser importantissimo, se tivermos em conta que doenças crónicas como doenças de fígado, pulmões, artrites, Parkinson e diabetes parecem ter maior tendência a níveis baixos de glutationa.
Glutamina e infeções no estômago: Um estudo sugeriu que a terapia com Glutationa poderá ser importante durante e após a terapia de erradicação do Helicobacter.
Glutationa e artrite reumatóide: Um estudo elaborado em ratos, mostrou o possível potencial da utilização da glutationa lipossomal como uma terapia eficaz na artrite reumatoide. Os resultados indicam que tanto a glutationa lipossomal como a glutationa reduziram significativamente os níveis de biomarcadores de stress oxidativo. Com a glutationa lipossomal mostrando o efeito mais pronunciado, esta, aparentemente demonstra ser promissora como uma terapia para a artrite reumatoide.
Glutationa e a pele: À medida que envelhecemos, consequentemente a síntese de glutationa diminui, sendo que uma das funções da glutationa é a proteção que oferece às nossas células do seu envelhecimento. Isto levou a que a indústria da cosmética, utilizasse como um agente no auxílio de retardar os sinais de envelhecimento, criando cremes antirrugas e suplementos para o efeito.
Sabe-se que o nosso corpo tem bastante dificuldade em absorver a glutationa quando esta é ingerida por meio oral. Apesar da injeção de glutationa permitir aumentar os seus níveis deste antioxidante, há riscos associados ao mesmo, como a sobrecarga renal.
Glutationa e a esclerose múltipla: A glutationa é o principal antioxidante do cérebro e, como tal, desempenha um papel central na prevenção do envelhecimento precoce do mesmo. Pesquisas mostraram que o equilíbrio dos níveis da glutationa é alterado na doença da esclerose múltipla. A terapêutica atual da esclerose múltipla aparenta ser bem-sucedida no que diz respeito à redução do número de lesões inflamatórias, podendo ser uma boa terapia tanto na prevenção da doença como no período inicial de desenvolvimento da mesma.
Artigo escrito por Mafalda Rodrigues de Almeida e Tiago Sabino, Nutricionistas.
Bibliografia:
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