Como fazer com que as crianças comam mais legumes
Uma das maiores dificuldades dos pais com a alimentação das suas crianças é conseguir pô-las a comer legumes. O sabor, a textura e até o aspeto podem ser alguns dos vários fatores que fazem com que a criança não se sinta motivada a experimentar.
Os legumes fazem parte de um dos grupos da roda dos alimentos e por alguma razão estão lá presentes. Os seus benefícios são inúmeros, como tal, devemos tentar perfazer as porções diárias recomendadas. Torna-se importante variar o legume em si pois, como em todos os alimentos, consoante o mesmo existem diferentes componentes benéficos para a nossa saúde. Muitas instituições até dividem os legumes por cores e os nutrientes mais abundantes em cada uma.
O mais importante acaba por ser arranjar estratégias para conseguir que as crianças comam os legumes e neste artigo apresentam-se 11 estratégias que os pais podem adotar para melhorar a ingestão destes alimentos.
- Incluir as crianças no processo de escolha dos legumes, preparação e até mesmo na apresentação do prato. Visto que são muito curiosas, é interessante ir explicando o porquê de utilizar os legumes escolhidos. Levar as crianças ao supermercado, o facto de sentirem-se incluídas na tarefa de compra e aquisição pode fazer a diferença.
- Variar o método de confeção dos legumes. Tentar que cada refeição tenha um método diferente ou definir um dia para um método de confeção específico. Optar por grelhar, estufar, cozer a vapor, saltear, assar, entre outros.
- Juntar sabores. Se for necessário, acrescentar algumas ervas aromáticas ou especiarias para tornar mais interessante o sabor do legume ou enaltecer o mesmo.
- Oferecer como lanche. Cortar legumes crus em palitos e oferecer nas alturas de snack.
- Fazer um prato colorido. Tentar evitar fazer apenas um legume e ter mais do que uma cor no prato, torna-o mais apelativo. Pode ser interessante associar um benefício consoante a cor para estimular o interesse.
- Incorporar noutros alimentos. Pode tornar-se útil juntar um alimento em que haja resistência na sua ingestão, com um alimento que seja do seu agrado.
- Fazer arroz ou massa com o legume indesejado ou incorporá-lo na carne ou juntar a uma sandes.
- Fazer puré, sumo, sopa ou ralar em forma de esparguete.
- Fazer um bolo, waffleou queques.
- Utilizar como base de piza.
- Estimulação recreativa. Fazer jogos, contar histórias, dar nomes, fazer formas ou até ter uma mini-horta com os mesmos. Esta estimulação vai cativar mais as crianças e vai alimentar os laços entre pais e filhos.
- Dar o exemplo. Como existe uma tendência para a criança copiar os movimentos e comportamentos dos próximos, tentar mostrar agrado ao comer um certo legume, de forma a estimular a vontade de experimentar o mesmo. Juntar amigos e família que gostem dos legumes a experimentar e cativar o seu interesse.
- Evitar forçar de forma constante. O forçar a ingestão e a resistência constante à mesma pode resultar numa exclusão do alimento em si. Deixar passar algum tempo depois da primeira resistência e optar por incorporar noutros alimentos de forma que o legume seja mais bem recebido e que a criança se habitue ao sabor de uma forma mais satisfatória para a mesma.
- Não desistir. A luta que pode gerar esta introdução também pode levar a que os pais desistam de tentar incluir um certo legume na alimentação da criança. O importante é tentar resolver a situação com qualquer uma das estratégias apresentadas acima. Mostrar frustração ou até mesmo desespero pode levar a atritos. Respirar fundo e variar nas estratégias pode ser uma boa forma de não gerar estes sentimentos, pois a criança também vai perceber.
- Evitar castigar. Esta estratégia pode ser um bocado difícil de seguir, pois muitos dos pais foram habituados a serem castigados quando eram mais novos. Esta estratégia não serve para ensinar os pais como educar os seus filhos, apenas é baseada em alguma literatura recente. O objetivo acaba por ser evitar que as crianças associem más experiências ao comportamento de resistência em ingerir um alimento, uma vez que pode levar a total rejeição. Por isso, é importante evitar que as crianças associem, ainda que inconscientemente, uma sensação negativa face a um determinado alimento.
Gostou deste tema? Leia este artigo 5 dicas para melhorar a educação alimentar das crianças.
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Artigo escrito por Inês Simões Alves (3671NE), Nutricionista Loveat
Referências bibliográficas
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