IMPACTO DO STRESS NA SAÚDE INTESTINAL
Será que o stress tem um impacto na saúde intestinal?
O stress é reconhecido como o estado de preocupação causado por uma situação complicada de gerir, sendo uma resposta humana que nos impulsiona a enfrentar os desafios com que somos encarados. Atualmente, apesar de ser algo que pode ocorrer naturalmente nas nossas vidas, a forma como respondemos a este estado emocional tem um grande impacto na qualidade do nosso bem-estar. Para além da componente psicológica que lhe é intrinsecamente associada, sabemos que o stress manifesta-se também fisicamente e existe diversos sinais e sintomas corporais de que o nosso organismo se apresenta nessas situações, particularmente no trato gastrointestinal. Contudo, esta é uma relação bidirecional, ou seja, alterações na composição da dieta podem também influenciar o nosso estado mental. Todas estas relações desenvolvem-se devido à existência do eixo intestino-cérebro.
E de que forma poderá a relação intestino-cérebro ser explicada?
A flora intestinal é composta por uma série de bactérias que têm efeitos benéficos na digestão e saúde intestinal no geral; estas também influenciam a função cerebral através da libertação de várias moléculas de sinalização e da interação com neurotransmissores. Dessa forma, alterações na alimentação, nomeadamente em dietas muito ricas em gordura, podem conduzir a alterações do humor e aumento da reatividade ao stress devido a uma maior permeabilidade intestinal e alterações nas vias de sinalização que conduzem ao cérebro. (1)
Assim como, o próprio stress é responsável pela alteração da composição da microbiota, levando à substituição de bactérias benéficas ao nosso organismo por bactérias potencialmente patogénicas e com um cariz mais pró-inflamatório, reduzindo, pois, a desejada diversidade de microrganismos no nosso intestino. A via imunológica é outra via através da qual o stress pode modular a microbiota, havendo ao mesmo tempo a libertação de citocinas inflamatórias na corrente sanguínea que por consequência influenciam áreas importantes do cérebro como o hipotálamo. (2)
Stress e o seu impacto na vida real
Existem exemplos concretos, já estudados e com impacto na vida real deste tipo de interações, tais como o facto de que a microbiota intestinal de estudantes que sofrem de stress académico ser composta por menos bactérias promotoras de saúde e também a existência de disbiose na microbiota dos profissionais de saúde que sofreram stress psicológico enquanto trabalhavam na linha da frente durante a pandemia pela COVID-19. Por conseguinte, tanto o stress agudo como o crónico podem causar alterações morfológicas e funcionais na microbiota intestinal. Em suma, apesar destas associações serem reconhecidas, sem dúvida de que os mecanismos subjacentes exatos ainda necessitam de ser melhor esclarecidos. (3)
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REFERÊNCIAS
1. Bremner JD, Moazzami K, Wittbrodt MT, Nye JA, Lima BB, Gillespie CF, et al. Diet, stress and mental health. Vol. 12, Nutrients. MDPI AG; 2020. p. 1–27.
2. Molina-Torres G, Rodriguez-Arrastia M, Roman P, Sanchez-Labraca N, Cardona D. Stress and the gut microbiota-brain axis. Vol. 30, Behavioural Pharmacology. Lippincott Williams and Wilkins; 2019. p. 187–200.
3. Ma L, Yan Y, Webb RJ, Li Y, Mehrabani S, Xin B, et al. Psychological Stress and Gut Microbiota Composition: A Systematic Review of Human Studies. Vol. 82, Neuropsychobiology. S. Karger AG; 2023. p. 247–62.
Artigo escrito em colaboração com a Nutricionista Estagiária Patrícia Martinho.
Stella Simon
This article sheds light on the intriguing connection between stress and gut health. It’s fascinating to learn how our emotional state can impact our digestive system and overall well-being. The explanation of the gut-brain axis and its role in mediating stress responses is particularly enlightening. Understanding how stress affects our microbiota composition opens up new avenues for improving both mental and physical health. Thanks for sharing this insightful piece!