Como sei que devo tomar probióticos?

Como sei que devo tomar probióticos?

Os probióticos consistem em microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, têm um efeito benéfico no hospedeiro, ou seja, no ser humano. Para ser considerado um probiótico deve: estar vivo quando administrado; resistir à digestão e chegar ao intestino grosso; ter a sua estirpe bem identificada; ter evidência científica que comprove os seus benefícios para a saúde. Sabe-se que a sua utilização é vasta, especialmente no foro das doenças gastrointestinais. Apesar disso, os mecanismos que gerem a sua atuação no nosso organismo ainda não são bem conhecidos o que impede a definição de recomendações específicas, devendo a sua utilização ser ajustada a cada indivíduo e sempre com acompanhamento do profissional de saúde. É conhecido que as estirpes mais conhecidas e comuns são Lactobacillus e Bifidobacterium sendo que, dentro destes géneros, encontram-se diversos subtipos.

VANTAGENS DOS PROBIÓTICOS

Sabe-se atualmente que as suas vantagens estão relacionadas com a modulação da microbiota intestinal, atenuação de intolerâncias nutricionais (intolerância à lactose), aumento da absorção de macro e micronutrientes, e atenuação de incidências alérgicas em indivíduos suscetíveis, entre muitas outras. (1)

QUANDO DEVEM SER UTILIZADOS?

Algumas patologias como a síndrome do intestino irritável, diarreia do viajante, gastroenterites, doenças inflamatórias intestinais (em específico a colite ulcerosa), diarreia associada ao uso de antibióticos e infeção pela Helicobacter pylori., podem beneficiar da toma de probióticos como terapia coadjuvante. Para além destas, existe alguma evidência (ainda que pouco robusta) de outras doenças onde o uso de probióticos poderá ser eficaz tais como algumas autoimunes, infeções urinárias, alergias, dermatites, doenças neurológicas e hepáticas, podendo também melhorar situações de stress agudo, depressão e ansiedade. (2)

QUAIS OS ALIMENTOS RICOS EM PROBIÓTICOS?
  • Iogurtes enriquecidos com Lactobacillus e Bifidobacterium;
  • Kefir (inclui leveduras);
  • Alimentos fermentados como queijo, chucrute, kimchi, miso, tempeh, pickles, kombucha;
  • Suplementos alimentares (devem ser tomados, no mínimo, durante 4 a 6 semanas para existirem efeitos benéficos e devem ser armazenados conforme indicado pelo fabricante de modo a manter as suas propriedades).

Sabemos que, no indivíduo saudável, que não tenha sintomas gastrointestinais ou outras condições clínicas, pode não justificar-se o uso de probióticos de forma preventiva e regular. (2) Contudo, se houver interesse em fazê-lo, saiba que produtos como a kombucha ou o kefir podem ser consumidos diariamente, de forma moderada, até 3 meses. Para além disso, caso queira consumir iogurtes enriquecidos em probióticos, pode fazê-lo caso se sinta confortável com os mesmos; a toma de probióticos em cápsulas acaba por ter uma maior quantidade e variedade de microrganismos podendo, assim, resultar em maiores benefícios. Em suma, é importante ter o acompanhamento por um profissional de saúde, especialmente um nutricionista, antes de iniciar uma suplementação com probióticos.

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REFERÊNCIAS
  1. Latif A, Shehzad A, Niazi S, Zahid A, Ashraf W, Iqbal MW, et al. Probiotics: mechanism of action, health benefits and their application in food industries. Vol. 14, Frontiers in Microbiology. Frontiers Media SA; 2023.
  2. Khalesi S, Bellissimo N, Vandelanotte C, Williams S, Stanley D, Irwin C. A review of probiotic supplementation in healthy adults: helpful or hype? Vol. 73, European Journal of Clinical Nutrition. Nature Publishing Group; 2019. p. 24–37.

Artigo escrito em colaboração com a Nutricionista Estagiária Patrícia Martinho.

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