FOME EMOCIONAL, O QUE É?

FOME EMOCIONAL, O QUE É?

A fome emocional é conduzida maioritariamente por fatores psicológicos, havendo uma necessidade de ingestão alimentar conforme o nosso estado emocional. As emoções em si são respostas imediatas, complexas e multifatoriais, que se traduzem em alterações físicas e psicológicas no indivíduo e que podem influenciar significativamente os seus pensamento e comportamento. Podem, então, ter impacto na alimentação visto que a mesma é suscetível a vários fatores distintos tais como fisiológicos, ambientais, psicológicos, culturais e sociais. Assim, a fome emocional pode verificar-se como o resultado de uma confusão entre os estados internos de fome e saciedade e sintomas relacionados com as emoções. Geralmente temos presentes emoções negativas como stress, aborrecimento, tristeza, raiva, entre outras.

Alimentos hedónicos

Muitos alimentos são conhecidos por provocarem uma reação de hedonismo – geram um estímulo sob o qual o indivíduo pode querer continuar a comer mesmo sem sentir uma fome fisiológica/orgânica – visto que estes alimentos geram prazer. A sua disponibilidade e as suas características organoléticas (sabor, aroma, cor, textura) determinam a escolha e o consumo. Geralmente as gorduras e os açúcares promovem as características hedónicas nos alimentos, contribuindo também para sua densidade energética (ou seja, tornando-os mais calóricos). O seu consumo excessivo torna a alimentação desequilibrada onde as necessidades nutricionais da pessoa não são cobertas adequadamente. Quando esta situação se repete diariamente, desencadeia uma série de alterações metabólicas que levam ao excesso de peso, obesidade, níveis elevados de triglicerídeos e colesterol, doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, doenças renais e até défices de certos nutrientes.

Consequências da fome emocional

Considerando que uma dieta saudável é completa, variada, equilibrada, segura, suficiente e adequada, reconhecer e compreender as razões para o consumo de alimentos hedónicos e de elevada densidade energética e a sua relação com as emoções são passos fundamentais para melhorar este estado. Deve haver um foco na gestão das emoções e do stress e na alteração do comportamento alimentar, por exemplo através da terapia cognitivo comportamental e de acompanhamento nutricional adequado, de forma a melhorar a saúde e a qualidade de vida. (1,2)

Estratégias

As estratégias para lidar com a fome emocional implicam encontrar formas alternativas de lidar com as emoções subjacentes, honrando aquilo que estamos a sentir. Incentivar a atenção plena em torno da alimentação – estar consciente da razão pela qual está a comer e de como o seu corpo se sente – é da maior importância. A intenção não é a perda de peso ou a restrição alimentar; contudo, havendo uma maior concentração na experiência com os alimentos, o resultado poderá ser a seleção de opções mais saudáveis e que se adequem melhor às necessidades específicas da pessoa. Desta forma, rejeitando a mentalidade de dieta, haverá uma maior compreensão do próprio organismo e dos seus mecanismos inerentes, inclusive do que o mesmo precisa para prosperar e manter o bem-estar, essencial à nossa vida. O apoio da psicoterapia aliada à nutrição é fundamental neste processo. (3,4)

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REFERÊNCIAS

  1. Fuente González CE, Chávez-Servín JL, De La Torre-Carbot K, Ronquillo González D, Aguilera Barreiro MDLÁ, Ojeda Navarro LR. Relationship between Emotional Eating, Consumption of Hyperpalatable Energy-Dense Foods, and Indicators of Nutritional Status: A Systematic Review. Vol. 2022, Journal of Obesity. Hindawi Limited; 2022.
  2. Dakanalis A, Mentzelou M, Papadopoulou SK, Papandreou D, Spanoudaki M, Vasios GK, et al. The Association of Emotional Eating with Overweight/Obesity, Depression, Anxiety/Stress, and Dietary Patterns: A Review of the Current Clinical Evidence. Vol. 15, Nutrients. MDPI; 2023.
  3. Grider HS, Douglas SM, Raynor HA. The Influence of Mindful Eating and/or Intuitive Eating Approaches on Dietary Intake: A Systematic Review. J Acad Nutr Diet. 2021 Apr 1;121(4):709-727.e1.
  4. Lattimore P. Mindfulness-based emotional eating awareness training: taking the emotional out of eating. Eating and Weight Disorders. 2020 Jun 1;25(3):649–57.

Artigo escrito em colaboração com a Nutricionista Estagiária Patrícia Martinho.

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